Festival de Ópera de Goiânia realiza apresentação na Universidade Federal de Goiás
Por Cecília Fernandes - sexta-feira, maio 31, 2019
O espetáculo “Amahl e os visitantes da noite”, teve sua primeira exibição para a comunidade acadêmica, mas novas exibições acontecerão nos próximos dias do evento na cidade de Goiânia
Composição do palco da apresentação no Teatro Belkiss Spanzieri. Foto: Cecília Fernandes |
De acordo com Carlos Henrique Costa, professor de Regência e Piano do instituto e organizador do Festival, a ópera é um gênero com grande potencial artístico. "A ópera engloba muitas áreas da arte, desde a Música até as Artes Cênicas", explica o professor, "Ela é um meio que pode evidenciar todos os talentos na cidade de Goiânia, é a partir dessa perspectiva que surgiu a parceria entre a Universidade e a Prefeitura para que o evento acontecesse."
Amahl (Joicy Carvalho) e sua mãe (Jayana Paiva) iniciam a apresentação com um diálogo sobre as dificuldades da vida. Foto: Cecília Fernandes |
"Amahl e os visitantes da noite" narra a história de um menino aleijado que vive em Belém, na Judeia, com sua mãe em situação de extrema pobreza. Após acolher os três Reis Magos no casebre em que vivem, durante a jornada destes para conhecer o Menino Jesus, Amahl oferece sua muleta como presente ao recém nascido e é milagrosamente curado.
A produção foi encomendada por Peter Herman Adler, maestro e diretor do programa de ópera da National Broadcasting Company (NBC). Com temática voltada ao Natal, a primeira ópera televisionada na América teve sua primeira exibição no dia 21 de dezembro de 1951, no teatro da NBC em Nova York. Gian Carlo Menotti utiliza da história bíblica para fundamentar a ficção adicionada ao contexto da viagem dos Três Reis Magos até o Menino Jesus.
Por conta do formato da Ópera ser voltado para a televisão, a récita dura em média uma hora, um dos motivos pela qual foi aceita pelo comitê organizador do Festival de Ópera em Goiânia. “Além da questão do tempo, tínhamos acesso prévio à tradução da obra para o português, pois estava sendo utilizada pela professora e diretora de cena Marília Álvares em uma de suas disciplinas no ano de 2018”, explica o professor Carlos a respeito do processo de seleção das obras que compuseram a programação do festival.
Abrem-se as cortinas
O Reitor Edward Madureira esteve presente para a fala inicial antes da apresentação, ressaltando como a Universidade é um espaço para cultura, ciência e para a comunidade. Ao lado do Professor Eduardo Meirinhos, diretor da EMAC-UFG, o reitor parabenizou a organização do evento e a presença dos estudantes para o espetáculo.
A Orquestra Jovem Municipal Joaquim Jayme e o Coro da Câmara da EMAC-UFG compuseram o corpo musical da apresentação, sob a regência de Angelo Dias. "As partes envolvidas na produção são membros egressos da Universidade, docentes e estudantes da graduação", explica o professor Carlos a respeito das parcerias, "Por conta disso, além de ser uma produção profissional, foi também um laboratório para os discentes."
Natã Milhomem, solista que interpretou o rei Gaspar no espetáculo e estudante de Música, conta que apesar de sua relação com a Ópera ser recente a experiência com a apresentação foi a mais engrandecedora que teve. “Nós pudemos participar de todos os processos, porque foi um trabalho conjunto entre todas as equipes de produção. Estive presente desde a produção dos figurinos, as pesquisas de texturas e cores até a parte de harmonização musical com a orquestra”, explica.
O Professor Eduardo Meirinhos, diretor da EMAC à esquerda e o Reitor Edward Madureira tomam o palco para início da apresentação. Foto: Cecília Fernandes |
O Reitor Edward Madureira esteve presente para a fala inicial antes da apresentação, ressaltando como a Universidade é um espaço para cultura, ciência e para a comunidade. Ao lado do Professor Eduardo Meirinhos, diretor da EMAC-UFG, o reitor parabenizou a organização do evento e a presença dos estudantes para o espetáculo.
A Orquestra Jovem Municipal Joaquim Jayme e o Coro da Câmara da EMAC-UFG compuseram o corpo musical da apresentação, sob a regência de Angelo Dias. "As partes envolvidas na produção são membros egressos da Universidade, docentes e estudantes da graduação", explica o professor Carlos a respeito das parcerias, "Por conta disso, além de ser uma produção profissional, foi também um laboratório para os discentes."
Natã Milhomem, solista que interpretou o rei Gaspar no espetáculo e estudante de Música, conta que apesar de sua relação com a Ópera ser recente a experiência com a apresentação foi a mais engrandecedora que teve. “Nós pudemos participar de todos os processos, porque foi um trabalho conjunto entre todas as equipes de produção. Estive presente desde a produção dos figurinos, as pesquisas de texturas e cores até a parte de harmonização musical com a orquestra”, explica.
Ocupação do teatro, cinco minutos após a equipe organizadora abrir as portas do espaço. Foto: Cecília Fernandes |
Na apresentação da obra, o Teatro Belkiss Spenzieri recebeu um público além da sua capacidade. Com suas mais de 200 cadeiras ocupadas, estudantes, profissionais da Universidade Federal de Goiás e a comunidade da região ocuparam os corredores do espaço para assistir à apresentação. A presença dos estudantes do Departamento Infantil do Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada (CEPAE-UFG) foi destacada pelo professor Carlos Eduardo Meirinho, tendo este agradecido pela presença das crianças e incentivado uma onda de aplausos para o acontecimento.
Amanda Luiza Birck, estudante de Jornalismo na Universidade revela ter sido a primeira apresentação de Ópera que assistiu, apesar do grande interesse na área, relata ter pouco acesso ao gênero. “Orquestas e Óperas, ao meu ver, ainda são eventos pouco explorados pelo brasileiro, tanto pela questão do acesso quanto pela divulgação.”, explica a estudante, “É fundamental educar as crianças, como as presentes no evento de hoje, a se importarem e apreciarem atividades diferentes.”
Para Jessyka Moreira Martins, estudante de Educação Musical na EMAC-UFG, membro do Coro Sinfônico Jovem de Goiás e musicista, a dificuldade em divulgar sobre peças de caráter antigo e encontrar maneiras de publicizar essas apresentações da forma correta cria o estigma de que a Ópera é para públicos elitizados.
Quanto a esses estigmas, Jessyka afirma que o combate ao senso comum é uma luta que todas as áreas de conhecimento possuem como semelhante. "A realidade não é sobre combate, mas sim sobre a ampliação das formas de entendimento, de conhecimento e acesso para os diversos públicos para que, com o tempo, o senso comum se esvaia.", explica a musicista.
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Estudantes do Departamento Infantil do CEPAE-UFG esperam pela abertura do Teatro, lendo a programação do evento junto das professores responsáveis pela atividade. Foto: Cecília Fernandes |
Para Jessyka Moreira Martins, estudante de Educação Musical na EMAC-UFG, membro do Coro Sinfônico Jovem de Goiás e musicista, a dificuldade em divulgar sobre peças de caráter antigo e encontrar maneiras de publicizar essas apresentações da forma correta cria o estigma de que a Ópera é para públicos elitizados.
Quanto a esses estigmas, Jessyka afirma que o combate ao senso comum é uma luta que todas as áreas de conhecimento possuem como semelhante. "A realidade não é sobre combate, mas sim sobre a ampliação das formas de entendimento, de conhecimento e acesso para os diversos públicos para que, com o tempo, o senso comum se esvaia.", explica a musicista.
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A apresentação de Amahl e os visitantes da noite irá ocorrer no dia 31 de maio e no dia 01 de junho no Teatro Basileu França, começando às 20h e pelo valor único e promocional de R$ 10,00. Os ingressos estarão disponíveis na bilheteria do Basileu França. Para mais informações, acesse o Instagram oficial do Festival.
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