Estudantes da Faculdade de Artes Visuais organizam manifestações a favor da educação na UFG
Por Cecília Fernandes - quinta-feira, maio 09, 2019
Anúncio de cortes na verba do ensino superior por parte do Governo Federal motivaram estudantes a organizar manifestações a favor da educação pública no Espaço das Profissões, evento que aproxima a comunidade acadêmica da população.
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Manifestações gráficas marcam presença no prédio da Faculdades de Artes Visuais, espaço físico com maior número de ações a favor da educação no Espaço das Profissões. Foto por: Cecília Fernandes |
O destaque dessa edição foram as manifestações dos estudantes do Ensino Superior, realizadas nos prédios e institutos da Universidade. O anúncio do atual Ministro da Educação, Abraham Weinstraub, sobre o corte de 30% na verba das UF de todo o país incentivou a organização de protestos por parte dos Centros Acadêmicos e dos estudantes a favor do ensino público. A Faculdade de Artes Visuais (FAV), instituto com maior concentração de cursos de Graduação no Campus Samambaia, utilizou da arte gráfica para informar os participantes do evento e se posicionar diante das ações do Governo Federal.
Cartazes fixados pelos corredores da FAV levaram informações sobre a Universidade Federal de Goiás ao público participante do Espaço das Profissões. Foto por: Cecília Fernandes |
Nos corredores do instituto, os cartazes fixados pelos membros do Centro Acadêmico Regional Attilio Côrrea Lima (Caracol), do curso de Arquitetura e Urbanismo, trouxeram frases de impacto e fácil leitura. "Nosso objetivo era chamar a atenção para o que a Universidade produz e o que ela significa para a Comunidade, para o que seria perdido com esses cortes no orçamentos." explicou Luana Chagas Schmidt, Diretora Geral do Caracol. Segundo ela, a utilização das frases, além da repetição proposital, tiveram como intenção incentivar aqueles que vissem os cartazes a pesquisar, se informar sobre a atuação da Universidade Federal de Goiás.
A frase principal, "A UFG não chega ao final do ano letivo após os cortes", é de autoria do reitor da Universidade, Dr. Edward Madureira. "Nosso orçamento vem encolhendo por conta da Emenda Constitucional 95, que limita a ampliação do orçamento de um ano para o outro para além da correção inflacionária. Nós já entramos no ano de 2019 com um déficit, esse corte de 30% é absolutamente inadministrável", explicou o reitor em entrevista para a CBN Goiânia no dia 2 de maio.
Redes sociais
A manifestação dos Centros Acadêmicos, assim como as dos estudantes, alcançou as redes sociais. O Caracol utilizou as mesmas artes no Instagram oficial, obtendo o alcance de 13 mil usuários por meio dos compartilhamentos e pelos 3 mil likes na publicação. "Essa divulgação do que acontece dentro das Universidades causa a aproximação entre a sociedade e os universitários. Existe um abismo entre essas duas partes.", explica Luana Chagas, "Conhecendo o trabalho da Universidade Pública, as pessoas começam a valorizar esse espaço e se colocar ao lado da luta pela permanência dessas instituições."
Analytics da publicação no Instagram do Centro Acadêmico de Arquitetura e Urbanismo. Reprodução: Instagram |
"O Espaço das Profissões é um momento perfeito para essas manifestações. É onde estão todos os estudantes, de todos os cursos, expondo pesquisas e projetos realizados dentro de cada área de estudo." explicou a estudante quando questionada sobre a importância dessas manifestações. "Nesse evento é onde a população pode ver que existem pessoas crescendo profissionalmente e até mesmo como pessoas, é sobre isso que é uma Universidade."
Screenshots dos stories publicados no perfil da estudante e digital influencer. Reprodução: Instagram |
Para Mariana Alves Rosa, estudante do terceiro ano do Ensino Médio do ensino privado, o corte de 30% da verba é uma manipulação do conhecimento no Brasil. A participante do segundo dia do Espaço das Profissões considera que o acesso ao conhecimento é a principal forma de mudar a situação política do país e vê as manifestações dos estudantes no prédio da Faculdade de Artes Visuais como algo essencial. "Aceitar esse corte do governo é dizer que está tudo bem.", afirma ao ser questionada quanto a opinião sobre as intervenções acontecendo no evento. "É aceitar uma condição, uma realidade que não vai te favorecer. Essas manifestações são uma forma de mostrar o que a gente pensa, no que acreditamos".
Isabela Gomes Correa, estudante do primeiro ano do Ensino Médio no Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação (CEPAE-UFG), explica que a Universidade Pública é sua única forma de acesso para o Ensino Superior, por conta da situação financeira da família. "Estudar em uma Universidade Pública também seria uma conquista das mulheres da minha família. Entre três gerações de mulheres, eu seria a primeira a ingressar no Ensino Superior.", completa.
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