Resenha: O Lado Bom da Vida

Por Cecília Fernandes - quarta-feira, abril 15, 2015


Alô, alô leitores ávidos 
Fazer resenha sempre é complicado para mim, cobra tempo, paciência, disponibilidade e boa vontade, esses itens estão em falta no meu estoque e é exatamente por isso que eu reli o livro O Lado Bom da Vida, procurei reencontrar aquilo que o livro me ensinou antes de tudo: toda situação tem dois lados um bom e um ruim só temos que encontra-lo. Quando terminei de ler o livro comecei a bolar para resenha-lo e bem, aqui vamos nós: 
 O Lado Bom da Vida (Silver Linings originalmente) conta a história de Pat Peoples, um ex-professor na casa dos 30 anos que acaba de sair de uma instituição psiquiátrica convencido de que se passaram alguns meses naquele "lugar ruim" - nome colocado por ele na instituição que ficou internado - quando na verdade quatro longos anos se passaram, porém Pat não faz a mínima ideia do que o levou a ser internado lá, apenas acredita que sua esposa Nikki quis que "dessem um tempo".
Durante o percorrer do livro Pat tenta recompor o quebra-cabeça de sua memória agora dividida em pedaços enquanto lida com uma realidade não tão promissora: com um pai supersticioso que se recusa a falar com ele, a esposa negando-se a revê-lo, os amigos tentando disfarçar o que ele havia feito antes da internação, uma mãe protetora até demais e uma viúva louca da vizinhança vidrada em dança e em persegui-lo, Pat Peoples procura se reintegrar na sociedade e tomar controle de sua bipolaridade sem ser forçado a retornar para o "lugar ruim" baseando-se na crença em finais felizes e no lado bom da vida.


O livro pode ser construído de forma bem diferente do filme, com outras cenas e focos, mas a essência da história permanece a mesma: Pat Peoples é um homem incrível que me arrancou risadas e lágrimas diversas vezes entre as duzentas e cinquenta páginas do livro, o enredo construído ao redor dele deixa a história mais comovente e encantadora envolvendo o leitor a cada frase. Matthew procura ensinar aos leitores, por meio de uma história baseada em um homem confuso, difícil e perdido, sobre a felicidade e o amor, procura reviver naqueles que se dispuseram a ler nada mais do que a esperança e positividade.
Cada personagem da trama consegue ilustrar o livro de forma perfeita e exata deixando tudo ainda mais vivo e emocionante, depois de ler (e reler) o livro pude perceber que a minha visão em relação ao mundo mudou, o que antes era o "copo meio vazio" se tornou o "copo meio cheio" e o "lado bom da vida" se tornou mais contrastado.
Como eu sempre digo: um bom livro é aquele que muda sua perspectiva sobre as coisas.

As mudanças que ocorrem com os personagens durante o percorrer da história se assemelham em diversos pontos com a realidade, ver Pat lutando contra a bipolaridade e os lapsos de memórias que o transtornam enquanto busca se conectar com os pais e com os amigos ignorando todo o seu histórico de desequilíbrios é algo inspirador, observar como ele se relaciona com Tiffany, uma mulher tão louca e carente quanto ele, ver a relação entre pai e filho após todos os acontecimentos, como sua mãe procura protege-lo de todos os males e ofensas da sociedade mostram a quem lê que existem pessoas em situações piores que buscam ainda sim se reerguer retirando forças de lugares inexistentes.
Matthew Quick tenta demonstrar ao mundo com sua escrita que a vida, por mais difícil que seja, possui sim um lado bom que deve ser sempre maior que o lado ruim em nossa visão e que por isso devemos ser gratos.





Dados
Nome: O Lado Bom da Vida
Autor: Matthew Quick
Editora: Intrínseca
Lançamento: 2013
Nº de páginas: 254 


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1 comentários

  1. 100 x 100 preferem o filme, eu realmente gostei do elenco. A história eu achei muito bom, bem executar um script, engraçado e inteligente. Abotoaduras entre Jennifer Lawrence e Bradley Cooper me espanta, posso dizer que é um dos melhores filmes de drama Cooper. Atuações ótimas até mesmo dos coadjuvantes Robert De Niro e Jacki Weaver estão ótimos. Uma ótima historia, madura, diferente de todas essas comedias dramáticas/românticas. Vale muito apena acompanhar.

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